O que é distrofia muscular?

Funcionalitá • 20 de abril de 2022

Distrofia muscular é um termo amplo que engloba um variado grupo de doenças musculares de origem genética


Pode haver alteração em diferentes
estruturas que compõe nosso tecido muscular, levando a uma perda de força progressiva ao longo do tempo. 


No entanto, os sintomas são diversos e acontecem de acordo com o tipo de distrofia.
 


Por que acontece a distrofia muscular?

As distrofias musculares podem ocorrer por diferentes alterações genéticas na formação da estrutura do músculo. 


Mas atenção:
nem sempre existe história da doença na família, o paciente pode ser o primeiro com os sintomas! 


E a forma de transmissão entre as gerações se diferencia conforme o tipo de mutação genética!   


Com que idade podem começar os sintomas?

Desde a infância até idades mais avançadas. 


Por exemplo,
a distrofia muscular de Duchenne se inicia na infância, perto dos 2 a 3 anos. 


Já a
distrofia miotônica de Steinert, mais comum dos adultos, tende a iniciar após os 20 anos de idade. 


Quais sintomas podem acontecer? 

A fraqueza muscular é o sintoma mais comum. As demais manifestações da doença podem aparecer a depender do tipo de distrofia. 

 

Alguns outros sinais que podemos citar incluem: 


  • Perda de massa muscular e atrofia muscular;
  • Quedas frequentes;
  • Dificuldade para correr; 
  • Dificuldade para se levantar do chão ou da cadeira;
  • Dificuldade para levantar os braços;
  • Caminhar na ponta dos pés. 


Quais exames auxiliam o diagnóstico?

  • Exame físico bem detalhado feito em consulta com neurologista;
  • Exame de sangue com dosagem de CPK (creatinofosfoquinase), enzima que marca lesão muscular; 
  • Exame genético (sangue e/ou saliva) guiado para a suspeita clínica; 
  • Ressonância magnética dos músculos; 
  • Eletroneuromiografia em casos específicos (estudo de condução dos nervos e da função muscular); 
  • Biópsia muscular em casos específicos. 


Quais outras complicações podem acontecer?

Como mencionado, as complicações variam muito entre os diferentes tipos de distrofias. Alguns exemplos:

 

  • Desvios da coluna como escoliose;
  • Retrações e deformidades de articulações;
  • Fraqueza respiratória com falta de ar; 
  • Roncos noturnos e apneia do sono; 
  • Arritmias cardíacas
  • Alterações da estrutura do coração (cardiopatias).


É sempre grave?

Nem sempre! 


A intensidade dos sintomas
pode variar de acordo com o tipo de distrofia e mesmo na própria família. Há evoluções mais lentas e sintomas mais brandos. 


Além disso, nem toda distrofia muscular leva à perda da capacidade de andar e à necessidade de cadeira-de-rodas. 


Portanto, é importante realizar o diagnóstico correto para melhor orientarmos sobre o prognóstico!
E independente da gravidade, sempre é possível ajudar a ter uma qualidade de vida digna!  


Quais os tipos de distrofia muscular mais conhecidos?

Vamos apresentar as 5 principais:  


1. Distrofia Muscular de
Duchenne

2. Distrofia Muscular de Becker

3. Distrofia Miotônica tipo 1 ou de Steinert

4. Distrofia Fascioescapuloumeral 

5. Distrofia muscular de cinturas – mais de 30 genes já identificados que podem causar a doença. 


Qual tratamento que existe para distrofia muscular?

O tratamento atual é baseado em reabilitação, prevenção, identificação e tratamento de complicações. 


Assim, é preciso um time
multiprofissional com o neurologista em atuação conjunta com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional


Por vezes, também se faz necessário seguimento com outras especialidades médicas como a
cardiologia e endocrinologia.


A meta é identificar a progressão da fraqueza e atuar junto às complicações específicas conforme surgirem. 


Por exemplo, se notarmos fraqueza respiratória, será iniciado prontamente fisioterapia respiratória e, a depender da gravidade, o uso de aparelhos eletrônicos modernos que ajudem na respiração (BIPAP). 


Ou ainda, se caso detectado uma arritmia importante do coração, podemos indicar a instalação precoce de marcapasso ou mesmo desfibriladores implantáveis (CDI).  


E tratamentos específicos, quais já existem?

Infelizmente, terapias genéticas específicas com medicações que atuam diretamente na causa de lesão muscular ainda estão em fase de pesquisa para a maioria das distrofias. 

No entanto, já há tratamento específico para a distrofia muscular de Duchenne! Nesses casos, já sabemos do benefício dos corticoides (deflazacort, prednisona, entre outros) em atrasar a progressão da fraqueza muscular. 


Mais recentemente, foram aprovados também medicamentos que tentam corrigir a produção da proteína distrofina defeituosa nesses casos! 


Para mais conteúdos como este, acesse já a nossa
central educativa!



Responsável Técnico:

Dra. Michelle Abdo Paiva

Neurologista Clínica e Neuromuscular pelo HC-FMUSP

CRM: 191302 | RQE: 94288

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